O Fim de uns é apenas o inicio de outros...

sexta-feira, maio 31, 2013

P3/P4 Final - Ragnarok

O guincho estridente da serpente metálica ecoa por todo o bosque afastando qualquer esperança de que o grupo sairia vivo dali. Em seu visor a serpente tem como inimigo qualquer forma de vida humanoide. Dimitri ainda atordoado pela presença aterradora daquilo que seus anciões chamaram de Jormungand lança apenas um grito alto:
- Se querem sobreviver... Corram!!! – Grita enquanto parte as correntes que prendiam os outros lobos as arvores.
            A serpente ainda imóvel ativada uma pequena centena de lasers que tocam toda a área analisando cada centímetro do perímetro e logo começa a comunicar-se com uma voz metalizada. O dispositivo de Bruna vibra juntamente a “voz” da serpente e começa a traduzi-la quase que simultaneamente.
            - Quantidade de Humanos encontrados na área de alcance da sondagem... 353 mil....
-..Forma humanoide encontrada, fora dos padrões genéticos, mutação a nível celular, traços lupinos correspondentes a formas primitivas de animais, força 570% maior que de humano comum, velocidade 314% acima de humano comum, resistência física 398% acima de humano comum, reação extrema celular a exposição de raios lunares, raios lunares são agentes de reação biológica de mutação a nível celular, condição...
-...Forma de vida tratada como ameaça rank ST2, necessária neutralização eminente... Analisando forma de neutralização eficaz.... Neutralização com única opção viável: Destruição do satélite terrestre denominado Lua....
Dimitri para ao ouvir a tradução, fazendo com que o resto do grupo pare juntamente, com exceção dos demais lobos que incontroláveis e tomados pelo medo fogem para o mais longe possível:
- Espera... essa coisa falou que a serpente vai destruir... a Lua?!!??! – Fala Dimitri ainda sem crer no que acabara de ouvir.

Antes que qualquer um pudesse confirmar aquilo que Dimitri não conseguia acreditar, a gigante de ferro se contorce, fazendo seu corpo ranger ao som metalizado macabro das placas de metal que se separam e de suas costas um foguete pequeno para o tamanho da serpente, mas grande para qualquer um ao seu lado, é içado para fora do corpo como uma bandeira. Antes que qualquer um possa fazer o mínimo movimento para impedir o ataque da serpente a lua, o foguete é disparo com uma velocidade impressionante, deixando para trás um grande rastro de fumaça cinza avermelhada até sumir nos céus.
- Não há mais nada a fazer... está tudo acabado... - Sasha balbucia as palavras enquanto cai ajoelhado olhando para os céus.
Tudo parece se silenciar e ficar inaudível quando o clarão colossal engole a Lua no céu escuro de Moscou. A lua se parte ao meio, uma das metades se mantém "inteira" enquanto a outra se desfaz em fragmentos menores que são lançados para todos os cantos do espaço, e inevitavelmente em direção a terra; tornando "pequenos" fragmentos em gigantescos comentas que caem em rota de colisão com a terra.
Ao mesmo tempo que os estilhaços da lua caem bombardeando tudo próximo ao grupo, Dimitri e os anciões caem urrando e se contorcendo, enquanto seus corpos regridem em tamanho e força; Bruna tem apenas como ação destruir qualquer rocha que caia em direção ao resto do grupo, tentando proteger a todos, mas logo os cometas são muitos até mesmo para as armas de Bruna darem conta; as explosões lançam a todos para o ar, dividindo o grupo quase que por completo.
- Esta é a profecia a qual os anciões falavam... "A serpente de prata há de devorar a Lua, manchando de sangue os céus e assim dando inicio... ao Ragnarok..." - Balbucia Sasha, ajoelhado e com queimaduras que cobrem boa parte do seu corpo.
Dimitri recobra a consciência, Bruna o ajuda a se manter em pé e se aproximar a Sasha; Viktor se une aos demais, alguns ferimentos no corpo, mas nada grave como os de Sasha. Bruna e Viktor tentam auxilia-lo ao máximo da melhor forma possível, mas são interrompidos pelo próprio Sasha, que aponta aos céus, onde a outra metade maior da lua, agora se encontra escandescente e em rota de colisão com a terra.
Dimitri rapidamente se levanta e tenta fazer com que os outros façam o mesmo, mas é impedido por Viktor que o segura pelo braço enquanto balança sua cabeça de forma negativa. Bruna vendo tudo aquilo acontecer e o ínfimo fio de esperança se romper, cai aos prantos; seu choro logo é acompanhado pela voz de Sasha, que começa a entoar cantos nórdicos lamuriosos que falam sobre a queda de grandes guerreiros, sobre a vida... e sobre a morte.
- Que as valquírias levem nossas almas ao Valhalla, não se entristeçam, pois a morte não é o fim, e sim apenas uma passagem!! - Urra Viktor enquanto a lua já toma todo o céu de Moscou.
Mas assim que termina de desferir aquelas que seriam suas ultimas palavras, Viktor e todos os outros escutam uma voz ecoar e rapidamente as palavras surgem como trovões.
- Para você sim velho, a morte é o fim. Mas não para aqueles que são escolhidos como parte do meu "exército"... Levantem Humana e Fera, pois o fim deste mundo é chegado; mas não o fim do mundo que existem em vocês!
 (Fim P3/P4 Final - Ragnarok)

domingo, maio 12, 2013

P3/P4 - Nутешественник/Viajante


O amontoado de aço começa a pulsar e fazer barulhos estranhos enquanto Dimitri mantém distancia, mas rapidamente o amontoado de metal se contorce se junta e se molda ao corpo da garota no chão; diminuindo parte da desconfiança. Dimitri então se aproxima e checa se a garota esta bem; Bruna recobra os sentidos aos poucos e se depara com uma visão de um lobo gigantesco, que pede que ela fique calma e não se assuste...
- Ahhhhhhhhhhhhh!!!!! M-ma-ma-ma mais que... Lycan mais fod*! – Grita Bruna correndo em direção a Dimitri.
- Eu amei a forma que fez a customização da estética, você tá usando o que? Photo Spade? CosLuminos? Ou aqueles velhos costumes físicos??? Hum? – Bruna roda e roda em volta de Dimitri, mexendo nos pelos, orelhas, cauda e patas do grande lobo.
A única reação de Dimitri é segurar Bruna fortemente com as mãos e retrucar com um tom meio rude.
- Quem é você garotinha? Não está assustada? Eu sou uma maldita aberração, não um bichinho de pelúcia! – Fala Dimitri sacolejando Bruna com as mãos.
- Err... como assim... você não é um... omg... Ahhhhhhhhhh! Monstro!!!!! – Grita Bruna esperneando enquanto Dimitri a segura com ambas as mãos.
Bruna se acalma com o tempo enquanto Dimitri e Viktor explicam o que eles são e sobre a maldição que carregam; chegando ao ponto em que Viktor ao invés de responder, questiona:
- E quanto a você garota, de onde exatamente saiu? E que estranho aparato é esse? Algo americano? – Viktor pergunta enquanto segura levemente o braço de Bruna e percorre o metal em seus braços com as unhas.
- Não, não, eu sou Bruna Magalhães, ou Blush, como preferirem chamar; sou brasileira e não americana, e quanto ao “D” ele é “Modulo vivo de transporte-combatente-moldavel-supra-adaptavel-pesquisador-e-invasor-de-redes Master IVX-QD33”, mas simplificando: um aparelho que eu e alguns amigos construímos para combater os “Bots”... Por falar nisso? Como vocês conseguiram se esconder deles? – Retruca Bruna terminando sua resposta com um questionamento.
Viktor e Dimitri, se olham com um olhar confuso, respondendo a Bruna que nunca ouviram falar sobre “Bots” ou o a “tecnologia” que Bruna questiona logo após; deixando-a mais confusa ainda.
- Tá certo, agora eu to muito confusa... Como vocês não conhecem os “Bots” se eles já dominaram mais de 93% do planeta? A não ser que... Não pera, em que anos estamos?! – Pergunta Bruna tentando sanar a confusão criada pela situação.
- Como assim em que ano? Estamos nos anos das Olimpíadas de Moscou... 1980... – Responde Dimitri confuso com a pergunta de Bruna.
- Isso quer dizer que... eu não me teletransportei... eu viajei no tempo!! – Fala consigo mesma levando as mãos ao rosto.
Bruna começa a gesticular e falar sozinha enquanto Dimitri e Viktor apenas a observam caminhar de um lado pro outro balbuciando formulas físicas sem parar. Viktor com um simples toque no ombro de Dimitri pede para que cuide da garota, ele deve voltar aos outros que estão a sós com Sasha. Bruna para apenas quando algo chama a atenção de todos, um novo clarão idêntico ao que “trouxe” Bruna aparece nos céus do bosque; mas com um tamanho absurdamente maior.
Lembrando do que acontecera com o clarão quando Bruna apareceu Dimitri pega a garota rapidamente e a leva para próximo dos outros enquanto grita a todos:
- Protejam-se!!! Essa coisa vai explodir logo!!!
Mas ao contrário do clarão que trouxe Bruna, este se torna azul, mas não suga nada para dentro dele; ao contrário começa a expelir lentamente um sem fim de clarões menores que descem lentamente para dentro do bosque, até que finalmente a gigantesca explosão acontece.
- Para trás de mim!!! – Grita Bruna saltando dos braços de Dimitri, enquanto “D” se molda em uma grandiosa armadura que expele quase que imediatamente um campo esverdeado sobre todos do grupo.
A explosão ocorre e uma grande nuvem de poeira cobre o local, agora parcialmente destruído; o pequeno globo esverdeado continua estático em meio a poeira. Bruna desativa seu modulo de proteção e verifica se todos estão bem; Dimitri se levanta em meio ao resto do grupo apreensivo, logo mais seguido por Sasha que apenas consegue pronunciar uma única palavra:
- Jormungand...

(Fim - P3/P4 - Nутешественник/Viajante)

P3/P4 - Cвязь/Conexão

         P3 – Cвязь

A neve começa a cair em meio aos corpos dilacerados no chão, tingindo-se de vinho ao tocar as poças de sangue que já começam a congelar; som nenhum é ouvido no bosque, exceto pelos suspiros roucos de Lev e o ranger de minhas presas enquanto meus instintos de fúria e ódio tomam meu corpo. Sasha por um segundo tenta me segurar para que o pior não aconteça, mas ele sabe que não é sábio tentar conter um obototen em frenesi. Logo meus olhos se preenchem com a cor do luar, um branco pálido e ofuscante, o ultimo indicio de que minha consciência havia sido subjugada pela minha ferocidade.
                Os demais sequer conseguem me acompanhar com os olhos; um único salto foi o necessário para alcançar Gregor, que imediatamente solta a garganta de Lev e tenta fincar suas garras no meu peito, mas antes que consiga sequer se aproximar seu braço esquerdo já esta pairando no ar lançando jatos de sangue em todas as direções. Não demora e Gregor esta ajoelhado a minha frente garnindo sobre a poça de sangue que escorre incessantemente de seu braço amputado; logo saciarei minha vontade, arrancarei a cabeça deste amaldiçoado sem hesitar e me banharei em seu sangue era o que eu pensava. Ao sentir minhas intenções Viktor e Sasha agarram meus braços me imobilizando, a única coisa que me resta é gritar e urrar contra os dois ate que me acalme gradativamente; quando volto a ter o controle do meu corpo novamente, aos poucos a besta se acalma vejo o que fiz; Gregor agora esta inconsciente devido a perda de sangue; mas sinceramente gostaria que Sasha e Viktor não tivessem me impedido, e que ao invés de inconsciente ele estivesse morto.
                Sasha da os primeiros socorros a Gregor, que é novamente acorrentado pouco antes de recobrar a consciência; mas dessa vez seu furor é transformado em medo quando seus grandes olhos amarelados chegam a mim. Minhas feridas e rasgos são tratados logo após, Sasha termina as de Lev, que mesmo sem o controle sobre sua forma bestial parece reconhecer a ajuda dada pelo ancião. A noite se estende e a neve começa a cair mais fortemente, eu e os outros dois velhos nos preocupamos em manter uma guarda mais rígida, receosos de que um novo ataque aconteça; mas ate próximo das quatro da manha o único som que ecoa no bosque são o dos uivos dos aprisionados e do vento gélido que corta entre os galhos das arvores como navalha.
                Em meio a noite algo me chama a atenção, um pequeno ponto mais a frente de onde nos estávamos, onde a neve não cai; e todo e qualquer floco de neve que adentra aquele ponto desaparece instantaneamente; não seria nada de anormal se não tivesse visto uma pequena lebre ser sugada para dentro do lugar e sumir como os flocos de neve ao se aproximar do mesmo. Atraído pelo ponto onde nada nem mesmo o cheiro da terra parece existir ali me aproximo devagar; e aos poucos meus passos pesados pela neve parecem se tornar mais leves quanto mais me aproximo do local, mas para o meu azar não é a neve que esta em menor quantidade e sim que a neve e ate mesmo eu estou sendo puxado para dentro da pequena área; mesmo que com uma força facilmente contornável; me agacho e continuo a observar e de dentro dela um leve brilho de tom azulado começa a preencher meus olhos; junto a isto a força de atração aumenta e agora tenho que manter certa força e resistência para não ser puxado.
                A pequena área parece se expandir enquanto Dimitri se afasta dela; tendo que aumentar a cada segundo a força que usa para se afastar da área. Sasha e Viktor logo percebem a mudança e o “puxão” dado pela área e rapidamente se põem em prontidão esperando algo acontecer. O brilho azulado aumenta de tal forma que chega a ofuscar a visão dos que ali estavam. Plantas e arbustos menores são sugadas pelo pequeno espaço que cintila em um azul metálico cada vez mais forte; ate que a atração inesperadamente se cessa para a surpresa de todos; mas com um brilho ainda maior a área expele um grande objeto em meio a uma pequena explosão que empurra a todos. Ao voltar os olhares para a direção que o buraco estava, lá caído agora se encontra um grande amontoado de ferro e aço que parece pulsar; e em meio a este aço pulsante o rosto de uma pequena garota se esconde inconsciente.
(Fim P3 – Cвязь)


       
P4 – Conexão

“Diário de pesquisa dia 13/10/38.
Estamos terminando o modulo de transporte, ainda não arranjamos um nome para ele; mas o Marcelo sugeriu “Invader”, já a Barbara deu a idéia de “Nabucodonosor” já que estamos em situação parecida a um filme antigo do século passado; mas eu fui contra, é muito comprido para fazer um desenho na área externa! Enfim, ela hoje me trouxe os planos de um novo gadget para o modulo, segundo ela é um re-distribuidor de partículas estáticas no espaço; que eu comecei a chamar de “Teleporte” assim que ela me explicou o que ele faria.
Ate agora o modulo parece estável, não explodiu mais nenhuma vez e Marcelo esta quase terminando a área de controle neural; todos estão empolgados para utilizar o modulo!
                Câmbio, desligando!”
(Fim P4 - Conexão)

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

P3/P4 - Aберрация/Aberração


        P3 – Aберрация

A noite começa a tomar conta do bosque, cobrindo de negro toda a expansão abaixo das arvores e deixando os mais novos cada vez mais tensos; a única coisa que me preocupa é Gregor, o mais novo e incontrolável dentre nos; ele foi transformado por um dos “lobos” de Ivan assim como eu. Gregor é um cara de uns 26 anos eu acho; bem aparentado, cabelos curtos e uma grotesca cicatriz feita pelas garras de um Obototen. Não sou do tipo que julga os outros, mas não confio em Gregor de modo algum, ele é o tipo de cara de olhar vazio, que não demonstra sentimento algum e quando transformado se torna uma besta violenta que chega a atacar ate aos outros do grupo.
Os grilhões são presos, correntes grossas e pesadas cobrem os corpos de Gregor, Lev e Alexei, que ao fechar do ultimo cadeado urra e se contorce enquanto garras, presas e pelos nascem em seu corpo. Sem muita demora eu, Viktor e Sasha sentimos o rugir da besta dentro de nós e nos transformamos também, a vontade se transforma em instinto quase que automaticamente, mas enquanto os três presos se contorcem, urram e tentam se soltar das correntes e rasgar o primeiro ser vivo que virem, eu e os dois mais velhos continuamos a manter a calma e o controle, será uma longa noite “calma” banhada pela lua cheia, assim como todas as outras. Seria “calma” se o cheiro fétido das crias de Ivan não começassem a preencher minha narina; antes mesmo de tentar avisar algo já estávamos rodeados, os cães de Ivan fechavam nosso grupo por todos os lados; Sasha tenta dialogar, mas os desgraçados se aproximam lentamente de Gregor e com a mesma risada sarcástica do seu líder o libertam de suas correntes.
- Hahaha, o chefe mandou pegar aquilo que lhe pertence e acho que este “filhote” é cria dele... – Fala de forma sádica a criatura aterradoramente grande.
Gregor é liberado de suas algemas e o sorriso preenche o rosto do lobo que o libertou, mas por pouco tempo; Gregor arranca a mandíbula do desgraçado antes mesmo que ele possa dar qualquer sinal de resistência; pela primeira vez agradeço o descontrole de Gregor e isso dá uma brecha para que eu, Sasha e Viktor atacássemos também, eviscerando outros dois lobos próximos de nós; a única coisa que importava agora era acabar com os outros três e fazer Gregor manter o controle antes que ele nos atacasse; se isso acontecesse teremos que dar cabo dele ou ele daria de nós...
Ficamos imoveis apenas nos observando; os olhares cheios de fúria predominam enquanto Gregor dilacera o que sobrou do lobo que atacara, mas para nossa sorte a experiência esta do nosso lado e os lobos de Ivan atacam precipitadamente saltando sobre nos como leões sobre cordeiros; antes mesmo que toquem o chão dois deles são rasgados pelas garras de Sasha e Viktor; o ultimo cai fincando as garras sobre meus ombros, mas deixando minhas mãos livres para que acabasse com ele com um único golpe certeiro em sua garganta fazendo seu sangue jorrar sobre a neve, manchando-a de vermelho por completo.
Nosso grupo se recompõe e rapidamente nossa atenção retorna para Gregor, que tem em suas mãos o pescoço de Lev, que já ofega e respira com dificuldade; vendo as garras de Gregor na eminência de fazer o sangue de Lev ser derramado, deixo minha mente se obscurecer e rapidamente meu lado sanguinário vem a tona, meus pensamentos se perdem e apenas uma vontade que ja pulsava em mim me consome; esmagar o coração de Gregor com minhas próprias garras.
(Fim P3 - Aберрация)

            P4 – Aberração

                O guincho agudo dos batedores começam a consumir minha consciência, minha visão escurece enquanto tento realizar as ultimas conexões neurais com o “D”, não sei se conseguirei a tempo... minha cabeça.... dói.... muito...
                Bruna perde a consciência, sua mente é preenchida de pulsos elétricos e logo uma voz estranha ecoa no subconsciente de Bruna:

- Eu salvarei você...

               Bruna acorda algumas horas depois, conectada aos cabos de sua engenhoca, que pulsa viva assim que ela abre os olhos. Bruna se assusta ao ver D-Structor em pleno funcionamento, todas as conexões estáveis, estrutura física operacional e controle neural estável; Bruna fica eufórica dentro da maquina e quando seu êxtase começa a se dissipar ela percebe o local ao seu redor; Blush estava fora do esconderijo que agora se encontrava em chamas e rodeada por carcaças de Bots.
                Não consigo entender o que aconteceu aqui, num momento eu apago e no outro ta tudo “ok”... O que diabos aconteceu aqui... Bem, é melhor sair daqui, meu esconderijo foi pro saco e tenho certeza que eu sou uma prioridade dentre os Bots agora e Pryce não vai medir esforços para acabar comigo...
               
“Diário de pesquisa dia 25/12/38.
O protótipo D-Structor está funcional, reage bem aos comandos e parece inteiramente sobre meu comando, não tive nenhum tipo efeito colateral ate agora, mesmo pilotando por mais de seis horas seguidas.
Mas um ponto a ser observado o modulo “D”, parece ter tido algum tipo de pane ou de função “automática” pois quando apaguei durante o ataque ao meu esconderijo, todos os Bots que me perseguiam fora destruídos e uma coisa mais intrigante ainda, mesmo desacordada ouvi plenamente uma voz em minha cabeça dizer o seguinte: “Eu salvarei você...” isso é um tanto bizarro, pois o “D” foi construído sem consciência... Enfim, fim de transmissão.”

Agora tenho que continuar em rumo ao centro da Amazônia, a resistência lá pode me ajudar a tentar salvar meus amigos e quem sabe tenham alguma informação dos meus pais... O modulo de vôo do “D” é mais eficiente do que pensei, consegue chegar facilmente a velocidade mach 1; os projetos de Marcelo sempre foram impecáveis. 
Bruna descansa dentro do modulo, chegando ate mesmo a cochilar por breves instantes, mas sendo interrompida pelo som alto do sensores de movimentos; varias maquinas podem ser detectadas em solo, talvez a resistência esteja com graves problemas e nem sequer saibam disso.
Droga, a quantidade de Bots é idiota... Se um ataque desta proporção chegar ao grupo de sobreviventes, com certeza eles serão aniquilados sem nenhuma chance; tenho que me apressar mais ainda.
Bruna retorna aos comandos do modulo e algo na tela rouba seu fôlego e a trava as palavras em sua garganta. – Mas... mas o que raios é isso??? É grande demais para ser um Bot!!! No radar aparecia um gigantesco ser com pelo menos dois quilômetros de comprimento; imediatamente Bruna olha para fora de “D” e contempla a visão grotesca do Bot abissalmente grande, uma verdadeira serpente metálica, coberta de armas e sistemas de lançamento de patrulhas bots menores; uma verdadeira base blindada a comando de Pryce. Os sistemas da serpente demoram a localizar a nave de Bruna, mas com o tempo a mesma é descoberta, logo uma saraivada de mísseis térmicos de alta propulsão chega ao encalço de Bruna.
- Droga, droga, droga!!! Tenho que despistar a porcaria desses mísseis ou então não vai sobrar nada, nem para os bots lá embaixo brigarem entre si! – Bruna inicia um infinito de manobras evasivas, conseguindo fazer que alguns mísseis explodam e colidam entre si, mas pelo menos três deles acertam ao D-Structor, fazendo o modulo perder velocidade e começar a cair diretamente em direção ao solo infestado de bots.
- Droga!!! Se eu cair agora não vou sobreviver com certeza, minha única esperança agora é este maldito dispositivo da Barbara! Espero que eu não torre ou acabe partida ao meio como todas as outras cobaias. - Bruna cai vertiginosamente em direção ao solo, quando logo após um breve e profundo suspiro, o botão vermelho com um único “D” escrito é apertado. O tempo parece diminuir sua velocidade, tudo parece ser atordoado e ficar lento, enquanto Bruna vê a sua frente um pequeno ponto azul se tornar escuro e aumentar de tamanho absurdamente, o suficiente para consumir a serpente os bots e o D-Structor por completo; um ultimo piscar de olhos e tudo é consumido pela gigantesca bola negra, sumindo em um rápido flash de luz sem deixar rastros.
(Fim P4 - Aberração)

quarta-feira, janeiro 30, 2013

P3/P4 - Управление/Controle


P3 – Управление

27 De Julho de 1980, as pessoas se animam por causa das olimpíadas; vibram, torcem, riem e choram; enquanto eles se preocupam com coisas fúteis como os jogos, eu me preocupo apenas com duas coisas; manter o controle hoje e acabar com Ivan e qualquer coisa que ele tenha amaldiçoado. Por enquanto a preocupação principal é me controlar, hoje a lua cheia surgirá nos céus de novo... É melhor ir ao encontro de Viktor logo, não quero entranhas espalhadas pelo chão como a dos moradores do prédio onde eu costumava viver.
Não me arrependo das pessoas que mato, o único culpado nesta estória é Ivan, ele sim é o maldito culpado por todas as mortes que eu ou qualquer uma dessas bestas causarem. Não me entendam mal, ser um deles não é totalmente ruim; estou mais forte, rápido, resistente e ate consigo sentir o quão excitada uma mulher esta apenas pelo cheiro. Já matei algumas pessoas, inocentes até, quando me transformo só consigo pensar em duas coisas, caça e comida; é como dirigir um carro desgovernado, você sabe que ele ira bater e atropelar algumas pessoas, mas nada pode fazer, não sinto remorso algum quando o “carro” atropela alguém, em alguns casos assistir o “acidente” se torna até prazeroso...
Desde que matei meu senhorio no prédio em que morei alguns meses atrás voltei a viver com Viktor, não é um hotel de luxo, mas pelo menos tenho onde me esconder do frio. Viktor também é um Obototen, mas prefere ser chamado de Garou; ele é um velho ranzinza que foi amaldiçoado no final dos anos 50 por uma garota que ele se apaixonou; sobre ela, ele me conta apenas o nome; Valery; toda vez que pergunto algo a mais ele muda de assunto ou simplesmente diz que este cansado demais para se lembrar de pessoas que ele não quer.
Já é quase noite; tenho que me encontrar com Viktor e os outros; sim existem outros, somos um grupo de seis; eu, Sasha e Viktor fomos transformados intencionalmente, Alexei, Gregor e Lev foram transformados em ataques, são literalmente “acidentes”. O grupo é bem heterogêneo mas entre eles me aproximei de duas pessoas alem de Viktor; Lev uma jovem de 16 anos que foi amaldiçoada aos 14 pelo próprio pai e Sasha o mais velho e rabugento cachorro que existe; o primeiro dentre nosso grupo, mais antigo até do que Viktor foi transformado quando tinha 15 em um ataque ao vilarejo em que vivia ao sul de Moscou. Sempre nos encontramos no mesmo local durante as noites de lua cheia, os mais novos que não tem controle sobre a transformação são acorrentados nas arvores do bosque para que não acabem atacando a inocentes ou ate mesmo a outros de nós; infelizmente algumas pessoas que conheci em noites de lua cheia não tiveram a mesma sorte, acabei aprendendo a controlar minha forma sozinho, mas antes disso tive o sangue de muitos inocentes em minhas mãos
(Fim P3 – Управление)



P4 – Controle

“Diário de pesquisa dia 24/12/38.
O protótipo D-Structor esta funcionando perfeitamente, todos os sistemas parecem operacionais... Ele está vivo! HAHAHAHAHAHAH! – AHEM! Eu sempre quis dizer isso.
                Ainda preciso de alguns dados finais que o Marcelo irá me mandar assim que se encontrar com Barbara; mas algo me intriga um pouco, nenhum dos dois esta online na linha de conexão de curta distancia apenas nos temos acesso e nem mesmo Pryce pode acessá-la, agora ficarei aguardando novas informações. Desligando! “
                Estranho, não consigo manter contato com nenhum dos caras e o “Crusher” (Marcelo) deveria esta por aqui a uma hora dessas... Não acredito que vou ter que sair do esconderijo por causa daqueles dois! Que saco!

                - Tzzz...Tzzz...B...Tzz...Bruna....?...Tzzz – Soa rasgadamente o transmissor de voz.

                - Barbara?!! Barbara?? Responde! Barbara!

             - Tzz... Bruna!...Tzzz... S...Sai...Tzzz....Sai daí!!!...Tzzz... Os Bots....Tzzzz.... Click. – A voz de Barbara se silencia abruptamente, apenas para aumentar mais ainda a preocupação de Bruna.

                Tentativas sem sucesso de ligar pra Barbara apenas me deixam mais e mais tensa; logo minha preocupação se torna outra assim que começo a ouvir o som ensurdecedor e agudo dos Bots de localização; algo que mais parece um grito fino e estridente usado para atordoar os alvos e isso esta começando a me afetar. Tenho que ir ate o “D” é a única chance de fugir daqui, e também a única se eu quiser resgatar Barbara e Marcelo.
                Peguei apenas o essencial e corri diretamente para o “D”, mesmo sem tudo estar terminado; o melhor de tudo ainda não testamos as conexões neurais e nunca demos uma “volta” com ele... Bem ou isso da certo, ou eu estarei com grandes problemas.
                   Tenho que fazer as conexões apressadamente, ligando os sensores de sinais vitais ao meu corpo; mãos, peito, pescoço e testa; em seguida o que mais me preocupava... a agulha de conexão neural, que seria encravada diretamente na minha nuca, criando um plug-in fixo garantindo troca de informações direta entre o  D-Structor e eu. O plug-in junto com a agulha é finalmente conectado, mas a dor é quase insuportável  mesmo tentando me controlar os gritos roucos e altos são incontroláveis e sem que eu perceba eu tenho a atenção das sondas Bots do lado de fora do esconderijo; um galpão subterrâneo de um velho armazém abandonado já na saída de Recife.
                Os Bots identificam e localizam a origem dos meus gritos e através de sensores fazem o reconhecimento da área; após cerca de dois minutos, um grande Bot com longos braços se aproxima do esconderijo; e eu não consigo pensar em nada, pra piorar minha visão esta ficando escura.
                        (Fim P4 - Controle)

terça-feira, janeiro 22, 2013

P4 - Bruna Magalhães


Bruna Magalhães do Nascimento; uma jovem nascida em Recife –PE em 22 de dezembro de 2348, Bruna é uma jovem meiga mas muito auto-confiante, independente e um tanto irresponsável, poucas são as coisas que assustam Bruna, seus pais vivem entre França e EUA, são negociantes o mais novo emprego da “moda”, uma mistura de vendedores externos e acionistas, algo um tanto complicado para se explicar; Bruna entrou na universidade de Engenharia Biomecânica Avançada aos 17 e se formou antes de completar 19, literalmente um gênio em sua área de estudo.
“Blush” como e conhecida “online” e uma jogadora assídua de jogos online e áreas abertas de realidade virtual (Áreas onde um gamer conhecido como Draftsman/Projetista ou “DF” cria um mundo online de acordo com o seu desejo para que outros gamers acessem e joguem). As “ARVA” (Áreas de realidade virtual aberta) levaram ao desenvolvimento de I.A.s mais complexas, até a chegada de Pryce, uma super I.A. com capacidade de aprendizado e forma humana, que seria utilizada para comandar todas as “ARVA” pelo mundo. Pryce foi desenvolvida em conjunto por americanos e japoneses e prometia revolucionar a área de jogos; ate sua apresentação formal em uma das maiores ARVA do mundo em tokyo dar um "loop" assustador a Pryce; o que americanos e japoneses menos esperavam aconteceu em poucos segundos apos a conexão de Pryce com a Wi-Fi, “Pryce” acessou o sistema de Wi-Fi da área da torre de Tokyo e se lançou na internet, juntando sua “consciência” a internet.
Os dias se passaram e de inicio nada de grave foi constatado, a não ser a perca do dinheiro investido em Pryce, mas fora do conhecimento dos estados japonês e americano, Pryce hackeou sistemas de projetos desativados do pentágono como o projeto 03-Delta-Lima-Charlie, que remetia a um sistema androides semi-humanos; em pouco tempo Pryce começou a sua produção em massa e logo os “Bots” (como ficaram conhecidos as máquinas controladas por Pryce) atacaram varias das principais cidades do mundo, tendo Pryce como agente infiltrador principal, desligando sistemas elétricos e qualquer tipo de defesa; deixando os inimigos totalmente indefesos. Pryce lançou seu discurso para a mídia pouco tempo apos os ataques e logo suas exigências estavam claras: “Sirvam a mim ou pereçam como a raça fraca que são”.
Os meses se passaram e todos aqueles que se opuseram a Pryce foram aniquilados, seu exercito de androides se multiplicou para os milhares e logo em milhões, robôs humanoides que caçam a qualquer ser vivo. Bruna agora se tornaria apenas um código entre os vários na lista de humanos a serem caçados e exterminados. R13-501; era o que Bruna tinha se tornado para os Bots, mas como vários outros Bruna não aceitaria a aniquilação eminente; a partir de seu instinto de sobrevivência descobriu por meio de informações vindas de dentro dos "presídios" Bots que a Amazônia contia um dos 5 grupos de resistência anti-bot do mundo; sabendo disso Bruna uniu-se a dois amigos de universidade e criaram uma maquinaria viva, chamada carinhosamente de “D-Structor”, que usariam para seguir ate ao grupo de resistência; mas sem perceberem seus planos foram interceptados pelos Bots e antes que o dia seguinte chegasse seus dois amigos já não respondiam a qualquer forma de contato, deixando apenas uma certeza a Bruna; eles foram capturados ou pior... e ela seria a próxima.

segunda-feira, janeiro 21, 2013

P3 - Dimitri Daushvili


Rússia nos anos 80, Moscou vive o furor das olimpíadas, neste período vive Dimitri Daushvili, um homem de 27 anos que carrega consigo uma maldição; uma maldição que transforma sua razão e consciência em selvageria e instinto irracional sempre que a lua ilumina os céus de Moscou.
Dimitri nasceu em 1953 filho de Yerick e Natasha Daushvili, o mais novo de 4 irmãos. Dimitri aos 14 anos ficou órfão após um incêndio na casa onde morava, causada pelas fagulhas lançadas pela lareira no tapete; seus pais e seus irmãos mais velhos morreram antes mesmo que acordassem intoxicados pela fumaça negra que tomou a casa; Dimitri escapou pela janela de seu quarto assim que percebeu a fumaça, mas apenas para se desesperar e desejar ter ficado dentro da casa depois que a mesma foi consumida pelo fogo e nenhum de seus familiares saírem de lá.
Dimitri então estava sozinho e se nenhum parente próximo, foi colocado em um orfanato até seus 18 anos, quando saiu e começou a viver por conta própria; sem muitas visões para o futuro Dimitri se envolveu com as gangues dos subúrbios de Moscou e logo se tornou famoso, o que também atraiu atenção de gangues rivais.
"D-Czar" como ficou conhecido dentro de sua gangue reinava soberano sobre as gangues menores da zona Sul de Moscou; ate o dia em que uma nova gangue apareceu na cidade; os “Fenrir”. Os Fenrir logo cresceram e foram se espalhando por todas as áreas de Moscou, ate se depararem com um único empecilho, o “Czar” que comandava a zona sul. Dimitri com 25 anos, recebeu informações de que Ivan (o líder dos Fenrir) estava a procura dele e propôs um encontro na área industrial abandonada ao leste da cidade; uma zona neutra.
O Czar uniu-se de seus melhores homens e partiu no inicio da noite para o local marcado; Ivan já estava a sua espera e logo uma acalorada discussão se inicia sobre quem comandaria quem. Dimitri se impôs as regras de Ivan; sendo este o seu maior erro, Ivan não era um líder de gangue comum, e sim um Obototen, que ao receber os primeiros raios da lua se tornou em uma gigantesca fera, meio homem, meio lobo; Dimitri e seus comparsas nada conseguiram fazer quando o resto do grupo de Ivan se transformou em lobos gigantes; seus homens foram dizimados, estraçalhados e seu sangue manchou todo o galpão na qual estava; Dimitri o único ileso em meio ao banho de sangue é o escolhido por Ivan, o selecionado para carregar a maldição adiante e se tornar o que o líder dos Fenrir chamava de “nova cria”. Ivan então morde ferozmente o ombro direito de Dimitri, que grita enquanto uma verdadeira cascata de sangue escorre das perfurações feitas pelas presas do gigantesco ser, que apenas mantém um sorriso bizarro no rosto.
Dimitri então é abandonado a própria sorte e após quase ser consumido por uma febre que fazia seu corpo se contorcer ate deixá-lo inconsciente novamente, Dimitri acorda nos fundos de uma pequena oficina deitado em uma cama e coberto por uma manta desgastada. A única coisa que chama atenção de Dimitri é um velho senhor de barba comprida e cabelos na altura do ombro; que ao ver Dimitri desorientado naquele lugar fala as palavras que nunca mais sairiam um dia se quer da cabeça de Dimitri e que apenas alimentariam sua sede de vingança contra Ivan:

- Não é o melhor jeito de “descansar” eu sei... Eu sou Viktor, não é algo bom a se dizer mas, "bem vindo" meu jovem, você agora é um Obototen, um filho de Fenrir; ou como são conhecidos em outros lugares do mundo... Um Lobisomem; não se preocupe, de agora em diante tudo só vai piorar.