O guincho
estridente da serpente metálica ecoa por todo o bosque afastando qualquer
esperança de que o grupo sairia vivo dali. Em seu visor a serpente tem como
inimigo qualquer forma de vida humanoide. Dimitri ainda atordoado pela presença
aterradora daquilo que seus anciões chamaram de Jormungand lança apenas um
grito alto:
- Se querem
sobreviver... Corram!!! – Grita enquanto parte as correntes que prendiam os outros
lobos as arvores.
A
serpente ainda imóvel ativada uma pequena centena de lasers que tocam toda a
área analisando cada centímetro do perímetro e logo começa a comunicar-se com
uma voz metalizada. O dispositivo de Bruna vibra juntamente a “voz” da serpente
e começa a traduzi-la quase que simultaneamente.
-
Quantidade de Humanos encontrados na área de alcance da sondagem... 353 mil....
-..Forma
humanoide encontrada, fora dos padrões genéticos, mutação a nível celular,
traços lupinos correspondentes a formas primitivas de animais, força 570% maior
que de humano comum, velocidade 314% acima de humano comum, resistência física
398% acima de humano comum, reação extrema celular a exposição de raios
lunares, raios lunares são agentes de reação biológica de mutação a nível celular, condição...
-...Forma de vida tratada como ameaça rank ST2, necessária neutralização
eminente... Analisando
forma de neutralização eficaz.... Neutralização com única
opção viável: Destruição do satélite terrestre denominado Lua....
Dimitri para
ao ouvir a tradução, fazendo com que o resto do grupo pare juntamente, com exceção dos
demais lobos que incontroláveis e tomados pelo medo fogem para o mais longe
possível:
- Espera...
essa coisa falou que a serpente vai destruir... a Lua?!!??! – Fala Dimitri
ainda sem crer no que acabara de ouvir.
Antes que
qualquer um pudesse confirmar aquilo que Dimitri não conseguia acreditar, a
gigante de ferro se contorce, fazendo seu corpo ranger ao som metalizado
macabro das placas de metal que se separam e de suas costas um foguete pequeno para o tamanho da serpente, mas
grande para qualquer um ao seu lado, é içado para fora do corpo como uma
bandeira. Antes que qualquer um possa fazer o mínimo movimento para impedir o
ataque da serpente a lua, o foguete é disparo com uma velocidade
impressionante, deixando para trás um grande rastro de fumaça cinza avermelhada até sumir nos céus.
- Não há mais nada a fazer... está tudo acabado... - Sasha balbucia as palavras enquanto cai ajoelhado olhando para os céus.
Tudo parece se silenciar e ficar inaudível quando o clarão colossal engole a Lua no céu escuro de Moscou. A lua se parte ao meio, uma das metades se mantém "inteira" enquanto a outra se desfaz em fragmentos menores que são lançados para todos os cantos do espaço, e inevitavelmente em direção a terra; tornando "pequenos" fragmentos em gigantescos comentas que caem em rota de colisão com a terra.
Ao mesmo tempo que os estilhaços da lua caem bombardeando tudo próximo ao grupo, Dimitri e os anciões caem urrando e se contorcendo, enquanto seus corpos regridem em tamanho e força; Bruna tem apenas como ação destruir qualquer rocha que caia em direção ao resto do grupo, tentando proteger a todos, mas logo os cometas são muitos até mesmo para as armas de Bruna darem conta; as explosões lançam a todos para o ar, dividindo o grupo quase que por completo.
- Esta é a profecia a qual os anciões falavam... "A serpente de prata há de devorar a Lua, manchando de sangue os céus e assim dando inicio... ao Ragnarok..." - Balbucia Sasha, ajoelhado e com queimaduras que cobrem boa parte do seu corpo.
Dimitri recobra a consciência, Bruna o ajuda a se manter em pé e se aproximar a Sasha; Viktor se une aos demais, alguns ferimentos no corpo, mas nada grave como os de Sasha. Bruna e Viktor tentam auxilia-lo ao máximo da melhor forma possível, mas são interrompidos pelo próprio Sasha, que aponta aos céus, onde a outra metade maior da lua, agora se encontra escandescente e em rota de colisão com a terra.
Dimitri rapidamente se levanta e tenta fazer com que os outros façam o mesmo, mas é impedido por Viktor que o segura pelo braço enquanto balança sua cabeça de forma negativa. Bruna vendo tudo aquilo acontecer e o ínfimo fio de esperança se romper, cai aos prantos; seu choro logo é acompanhado pela voz de Sasha, que começa a entoar cantos nórdicos lamuriosos que falam sobre a queda de grandes guerreiros, sobre a vida... e sobre a morte.
- Que as valquírias levem nossas almas ao Valhalla, não se entristeçam, pois a morte não é o fim, e sim apenas uma passagem!! - Urra Viktor enquanto a lua já toma todo o céu de Moscou.
Mas assim que termina de desferir aquelas que seriam suas ultimas palavras, Viktor e todos os outros escutam uma voz ecoar e rapidamente as palavras surgem como trovões.
- Para você sim velho, a morte é o fim. Mas não para aqueles que são escolhidos como parte do meu "exército"... Levantem Humana e Fera, pois o fim deste mundo é chegado; mas não o fim do mundo que existem em vocês!
(Fim P3/P4 Final - Ragnarok)